Por Pedro Paulo Rezende
Em busca de uma aproximação com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, proposta por Jair Messias Bolsonaro na campanha presidencial, o Brasil fez concessões expressivas que ferem a tradição diplomática brasileira. Endossou o embargo unilateral dos Estados Unidos imposto a Cuba na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e se manteve ao lado de Telavive contra a Divisão dos Direitos Palestinos, organismo da ONU encarregado de monitorar as violações do governo ocupante na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. O desejo de relações carnais com os Estados Unidos levou um diplomata de segundo escalão, Ernesto Araújo, ao cargo de ministro das Relações Exteriores do governo Bolsonaro, mas as concessões não se limitam à área diplomática. Desde que Bolsonaro assumiu a Presidência o Brasil abriu mão de grandes vantagens que dispunha na Organização Mundial do Comércio (OMC) em troca de uma promessa vazia de Donald Trump de facilitar o nosso acesso à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). As cotas de importação de álcool e trigo dos Estados Unidos foram ampliadas e se cortou as tarifas de importação de eletrônicos e de games. Apesar disto, o governo norte-americano não aceitou ampliar nossas exportações de carne e, como golpe final, decidiu tarifar o aço e o alumínio brasileiros, que correspondem a 30% da pauta de produtos industrializados do país. (Leia mais aqui)