Revolução Colorida

A ligação ucraniana na guerra híbrida brasileira

Por PEDRO PAULO REZENDE

A ação do Supremo Tribunal federal (STF) conseguiu evitar a segunda etapa de um processo de guerra híbrida que visava instalar um regime autoritário no Brasil. O tema virou moda em boa parte dos sites de defesa brasileiros, quase todos ligados à direita. O conceito da expressão é definido como um conflito provocado por agentes externos que explora diferenças históricas, étnicas, religiosas, socioeconômicas e geográficas em países de importância geopolítica a fim de desestabilizar, controlar ou influenciar projetos de infraestrutura multipolares por meio de enfraquecimento do regime, troca do regime ou reorganização do regime. Os Estados Unidos, por meio de financiamento direto, usaram e abusaram do artifício por meio de “revoluções coloridas”. A primeira, em 2003, batizada de “Revolução Rosa”, derrubou o então presidente da República da Geórgia (e ex-ministro de Relações Exteriores da União Soviética). A segunda, em 2004, ocorreu na Ucrânia, com a queda do presidente eleito Viktor Yanukovych. Por último, a Revolução das Tulipas, no Quirguistão, tirou o presidente Askar Akayev do poder em 24 de março de 2005. De acordo com alguns analistas militares, a esquerda internacional globalista ameaçava o atual governo brasileiro. Para justificar, seus sites apresentam material publicado por agências noticiosas oficiais, desfavoráveis ao presidente Jair Bolsonaro, como prova do envolvimento de governos estrangeiros nos negócios brasileiros. Acusações diretas foram dirigidas contra a República Francesa, a Federação Russa, o Reino Unido e a República Federal da Alemanha. Fariam parte deste complô instituições respeitáveis como a BBC, a Deutsche Welle e a Radio Television Française. Claro, não há nenhuma verdade nestas acusações que beiram a paranoia. Jornais e agências privados apresentam os mesmos temas, muitas vezes de forma ainda mais virulenta. Podemos lembrar o The New York Times, o The Washington Post, a Reuters e a quase totalidade dos meios de comunicação estrangeiros. Como se não bastasse, os sites de defesa reclamam da crescente ação do Judiciário e do Legislativo contra propostas defendidas pelo governo Bolsonaro, a grande maioria inconstitucional. (leia mais aqui)

1 comentário

  1. Pepê, que aula!!! Eu não imaginava nem a espuma deste chope todo. Caramba, como é que vc conseguiu pesquisar isso tudo, e ainda articular com maestria o cenario global e a política interna no Brasil? Simplesmente fantástico!

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