Por Pedro Paulo Rezende
A aproximação do Reino da Arábia Saudita com a República Islâmica do Irã, promovida pela República Popular da China, representa muito mais que um golpe na influência do Departamento de Estado norte-americano no Oriente Médio e no Golfo Pérsico. É o primeiro passo de uma nova ordem multipolar na qual o dólar, emitido sem qualquer lastro pelo Tesouro dos Estados Unidos da América, deixará de ser a única moeda mundial. Os líderes das duas nações, o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman e o aiatolá Ali Khamenei, manifestaram, durante o ano passado, interesse de participarem do BRICS, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (leia mais aqui) e o acordo firmado em Beijing, no dia 10 de março, é o primeiro passo neste sentido.
O tratado foi firmado pelo representante do Reino Saudita, ministro de Estado Musaad bin Mohamed Al-Aiban, e pelo secretário do Conselho de Segurança Nacional do Irã, Almirante Ali Shamkhani. O diretor do Escritório de Assuntos Estrangeiros do Partido Comunista Chinês, Wang Yi, serviu como intermediário. Os resultados práticos vieram logo depois. No dia 15 de março, o Banco de Exportação-Importação da China (China EximBank) firmou um empréstimo em yuan a favor do Banco Nacional Saudita dentro da iniciativa Uma Estrada e um Cinturão (Belt and Road Initiative — BRI), também conhecida como Nova rota da seda. (Leia mais aqui)
Por um problema técnico, este post não carregou na mesma data do artigo. Peço desculpas. (PPR)