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A arte de redesenhar fronteiras

Por Pedro Paulo Rezende A criatividade dos diplomatas do Departamento de Estado norte-americano pode ser comparada a dos melhores escritores de ficção. Impérios são destruídos, países recebem novas formatações e grupos étnicos rivais são unidos ou separados de acordo com a vontade de Washington. Os projetos, às vezes, funcionam, a dissolução da União Soviética em 15 países, em 26 de dezembro de 1991, é um dos exemplos de sucesso, mas, na maioria dos casos resultam em fracassos clamorosos, como no Iraque e na Síria. A moda não é de agora. O Panamá se separou da Colômbia em 1903 porque os Estados Unidos precisavam garantir uma ligação mais rápida e segura entre as costas do Atlântico e do Pacífico. Esta criatividade pode ser bem medida pelas propostas elaboradas durante as invasões do Iraque e da Síria. A invasão do Iraque começou no dia 20 de março de 2003. Completamente sucateadas, as forças armadas iraquianas não conseguiram resistir ao ataque da coalizão comandada pelos Estados Unidos. A situação ficou complicada com a decisão do Administrador do Iraque, Paul Bremer, tomada em maio, de dissolver as forças armadas iraquianas. De uma hora para outra, centenas de milhares de militares treinados ficaram sem nenhum meio de subsistência. O resultado foi uma explosão de violência e o surgimento de uma guerrilha organizada. Saddam mantinha o controle do país com mão firme. A chegada dos Estados Unidos desarticulou as forças de segurança e aumentou as pressões étnicas e aí surgiram sugestões do Departamento de Estado para resolver o problema destruindo um país grande, capaz de ameaçar os interesses norte-americanos no Golfo Pérsico, por meio da montagem de vários paisecos (leia mais aqui). Normal 0 21 false false false PT-BR X-NONE X-NONE MicrosoftInternetExplorer4
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