Por PEDRO PAULO REZENDE
O Brasil pagou o dobro do preço combinado por dois milhões de doses da vacina contra o COVID 19, fabricada pelo consórcio Universidade de Oxford/AstraZeneca, adquiridas emergencialmente de fabricantes indianos. Cada dose custou US$ 7 em lugar dos US$ 3 acertados inicialmente. A operação envolveu uma complexa operação com um avião fretado pelo Ministério da Saúde. Enquanto isto, em Santa Maria, uma cidade no entorno de Brasília, a 40 quilômetros do Palácio do Planalto, uma empresa, a União Química, dava início à produção de oito milhões de doses por mês da vacina russa Sputnik V para exportar para a Argentina, Bolívia, Equador e Paraguai porque a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não concedeu licença emergencial para o produto.
O país não tem doses suficientes para inocular os 80 milhões de brasileiros pertencentes aos grupos prioritários. A estratégia do governo federal de se concentrar na vacina desenvolvida pelo consórcio Oxford/AstraZeneca, faliu. Em teoria, a Fiocruz deveria fabricar, usando componentes importados da China e da Índia, as 440 milhões de unidades necessárias para inocular todos os brasileiros. Esta meta é irrealizável e será necessário adquirir de outros fornecedores. Um deles, a chinesa Sinovac, em consórcio com o Instituto Butantan, já obteve a licença emergencial para fabricar a Coronavac. (Leia mais aqui)