Por PEDRO PAULO REZENDE
Em artigo em duas partes, descrevemos como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, estabeleceu, ao longo do primeiro mês de seu mandato, as prioridades para a política externa durante os próximos quatro anos. De uma maneira geral, se reaproximou da Europa; desacelerou a volta dos militares localizados no Afeganistão, Iraque e Síria; diminuiu a pressão na América Latina, com o recomeço das negociações para o fim do embargo à Cuba e concessões à Venezuela; endureceu o discurso contra a Federação Russa e a República Popular da China, e acenou para o Irã, com o fim do apoio à guerra do Iêmen (promovida pela Arábia Saudita) e a promessa de retorno ao Plano de Ação Conjunto Global, com novas negociações para o fim do embargo a Teerã desde que aceite voltar ao formato anterior negociado em 2015 (leia mais aqui).
Em relação ao aquecimento global e à ação mundial contra a pandemia de COVID 19, retornou ao Acordo de Paris e à Organização Mundial da Saúde (OMS), ligada às Nações Unidas. O secretário de Estado norte-americano, em seu primeiro contato com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, foi claro em seu apoio financeiro a futuras medidas conservacionistas a serem tomadas pelo governo de Jair Bolsonaro.
Em seu primeiro discurso sobre política externa, na sede do Departamento de Estado, em Washington, Biden acusou o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, de ações agressivas contra os Estados Unidos, embasado em rumores de interferência russa nas eleições de 2015, que teriam favorecido a eleição de Donald Trump por meio de ciberataques, mas tratarei deste tema em outro artigo (leia mais aqui).