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A hora e a vez do BRICS

Por PEDRO PAULO REZENDE

As sanções impostas à Rússia em função da operação especial na Ucrânia mostraram o risco da ordem unipolar e acentuaram o interesse mundial pela expansão do BRICS, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Apesar de não ser uma formação formal por — não possuir regimento interno e secretaria-geral — o bloco se caracteriza por sua força econômica, uma vez que detém em poder de paridade de poder de compra (PPP), um Produto Interno Bruto superior ao dos Estados Unidos ou o da União Europeia. O que sustenta o mecanismo é a vontade política de seus membros, mas aos poucos, o bloco se formaliza, à medida que os cinco países intensificam sua interação. Hoje, já existe um banco de desenvolvimento que atua de maneira ativa em nível global. O BRICS também trabalha no sentido de estabelecer um meio internacional de pagamento alternativo ao SWIFT (sigla em inglês de Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication). Os novos candidatos são gigantes em vários pontos. A Arábia Saudita e o Irã se incluem entre os maiores produtores de petróleo e gás do planeta e ocupam, respectivamente, a segunda e a sétima posição no ranking. É preciso ressaltar que o terceiro (Rússia), o quarto (China) e o nono (Brasil) lugar da lista já integram o bloco. A Argentina é detentora das terras mais férteis ao lado da Ucrânia e é uma gigante, ao lado do Brasil, na produção de carne e de grãos. A Turquia reúne, em termos de pessoal, as maiores forças armadas da Organização do Tratado do Atlântico Norte, principal aliança do Ocidente, além de controlar o acesso ao Mar Negro devido ao domínio do Estreito de Bósforo.

Dentro das regras do capitalismo, os monopólios são negativos e um pouco de concorrência sempre é bem-vindo. De uma maneira geral, os candidatos ao BRICS ampliariam, em muito, o poder do bloco em termos econômicos, militares e políticos. Se forem aceitos, o bloco ganha musculatura para oferecer alternativas à ordem unipolar que o ocidente pretendia impor à humanidade. Trará oxigênio à economia e às relações globais e será uma garantia a um mundo onde países veem suas reservas monetárias roubadas, são atropelados por sanções injustas e impedidos de cumprirem seus compromissos por não terem acesso aos meios de pagamentos. China, Índia e Rússia apostam nisto, falta apenas a chancela final da África do Sul e do Brasil. (Leia mais aqui)

3 comentários

  1. Excelente texto. Muito importante salientar as credenciais destes países que se somarão ao BRICS+, todos detém importantes mercados e/ou recursos.
    A articulação BRICS+EAEU+SCO+BRI é o eixo institucional que vai pautar de modo crescente o século XXI.

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