A Iniciativa dos Três Mares (I3M) é um ambicioso projeto geopolítico lançado em 2015 que abrange treze Estados-membros da União Europeia situados entre o Mar Báltico, o Mar Negro e o Mar Adriático. Cobre uma vasta faixa que inclui Áustria, Bulgária, Croácia, Eslovênia, Eslováquia, Estônia, Grécia, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia, República Checa e Romênia. Trata-se de uma região com mais de 25% do território da UE e cerca de 22% da sua população, mas que tem uma representatividade econômica muito inferior. Estrategicamente, interliga o Báltico ao Mar Negro e ao Adriático.
A I3M destina-se ao desenvolvimento de grandes projetos de infraestruturas regionais em três grandes áreas: a energia, os transportes (rodoviários e ferroviários) e a área digital (comunicações). A importância geopolítica deste projeto se evidencia uma vez que boa parte dos países associados não tem acesso ao mar. Com esta iniciativa passariam a ter três saídas marítimas para suas importações e exportações.
O interessante é que I3M e o BRICS têm uma origem em comum: o meio acadêmico. O BRICS nasceu em 2001 a partir de um estudo formulado por Jim O’Neil — economista-chefe da consultoria Goldman Sachs. O texto intitulado Building Better Global Economic BRICs analisava o impacto na economia mundial de quatro países que ocupavam grandes territórios repletos de matérias primas e com grandes populações (originalmente Brasil, Rússia, Índia e China). A Iniciativa Três Mares, por sua vez, nasce de um relatório intitulado Completing Europe preparado por um think tank estadunidense, o Atlantic Council, bancado pelo Departamento de Estado norte-americano. O documento inspirou os então presidentes da Croácia, Kolinda Grabar-Kitarović, e da Polônia, Andrzej Duda, a colocarem a ideia em prática em uma reunião de cúpula em Varsóvia.
Visegrado
Os países do Visegrado, por sua vez, surgem como uma resistência conservadora às iniciativas progressistas da União Europeia. O grupo é formado por Eslováquia, Hungria, Polônia e República Tcheca.(PPR)
