O carrasco

Ariel Sharon, cujo sobrenome original era Sheinerman, ingressou no grupo paramilitar sionista Haganah aos 14 anos. À frente da Brigada Alexandroni, comandou a denominada Unidade 101, que cometeu crimes de guerra como a a limpeza étnica na aldeia jordaniana de Qibya, a 30 quilômetros a noroeste de Ramallah, Cisjordânia, na noite de 14 e 15 de outubro de 1953. Seus soldados carregaram 600 quilos de explosivos. Depois que derrotaram o pequeno destacamento da Guarda Nacional da Jordânia, os paraquedistas impediram que a população saísse de suas casas, disparando contra quem tentava fugir pelas portas e janelas.

Os soldados israelenses instalaram os artefatos em 40 casas que foram aos ares com os moradores dentro causando a morte de 77 pessoas, a maioria de mulheres e crianças. A Unidade 101 foi desfeita devido à visibilidade desse massacre, mas Sharon jamais foi julgado por este crime.

Em 1982, Sharon ocupava o cargo de ministro da Defesa de Israel. Ele se aliou às Milícias Falangistas Cristãs para invadir o Líbano e destruir a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), aquartelada em Trípoli. Depois de semanas de resistência, um acordo mediado por Philip Habib, enviado especial dos Estados Unidos, permitiu que os combatentes palestinos se retirassem para a Tunísia sob a proteção da Força Interina das Nações Unidas para o Líbano (UNIFIL, na sigla em inglês).

Os militantes deixaram o território libnês, mas suas famílias permaneceram em campos de refugiados nas vizinhanças de Beirute. No dia 15 de setembro, Sharon se reuniu com os líderes falangistas cristãos e arquitetou um plano para a eliminação dos refugiados dos campos de Sabra e Chatila. As Forças de Defesa de Israel cercaram os campos, ocupados apenas por crianças, mulheres e velhos, e permitiram que fossem invadidos, no dia 16 de setembro, pela milícia libanesa. O grupo permaneceu 48 horas deixando um rastro de 4 mil mortes, boa parte por degolamento.(PPR)