Por PEDRO PAULO REZENDE
A declaração do presidente da República Francesa, Emmanuel Macron, no sentido de que o envio de tropas para ajudar o regime de Kyiv, comandado por Volodimir Zelensky, não poderia ser descartado é mais um indicador do desejo europeu de se envolver de maneira direta na guerra entre a Federação Russa e a República da Ucrânia. Seria o último passo rumo a um conflito aberto contra Moscou desde que a guerra se iniciou em 24 de fevereiro de 2022.
De lá para cá, todas as formas de envolvimento indireto do Ocidente já foram testadas: o envio de mercenários, sanções econômicas, cobeligerância digital por meio de hackers e o envio farto, mas pouco efetivo no geral, de equipamentos militares de todos os tipos, de armas leves a carros de combate. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o conflito com a Rússia seria inevitável se as nações ocidentais enviassem tropas para a Ucrânia. Apesar disto, os países integrantes da Aliança Atlântica, inclusive os Estados Unidos, fizeram questão de demonstrar que não compartilhavam da posição de Macron, que, no início, teve alguma receptividade da delegação polonesa.
A ideia de Macron apenas mostra o desespero da Aliança Atlântica que apostou pesado contra a Federação Russa e, até agora, só colheu fracassos. Os países ocidentais acreditavam que iriam quebrar o país por meio de milhares de sanções. Em lugar disto, a economia resistiu e voltou a crescer. De acordo com previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), o país apresentará o maior crescimento da Europa com o menor índice de desemprego graças à reativação do complexo industrial e agrícola herdado da União Soviética.
A Aliança Atlântica acreditava que a ofensiva ucraniana de verão traria grandes resultados e ganhos territoriais contra a Rússia. Para isto, empenhou ou toda a reserva de equipamento militar que dispunha ao regime de Kyiv. No processo, esvaziou os arsenais nacionais, mas as expectativas foram frustradas. A situação das forças ucranianas, no momento, se aproxima do caos. Falta material, munição e gente para servir de carne de canhão. Zelensky sonha com tropas europeias em seu país, mas o mais provável é que a OTAN continue disposta a combater até o último ucraniano. (Leia mais aqui)

