Por Pedro Paulo Rezende
A Força Aérea Brasileira (FAB) não irá se desfazer dos helicópteros de ataque AH-2 Sabre (Mil Mi-35M, na terminologia original) adquiridos da Federação Russa em 2010 e desativados no ano passado por decisão do então comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do Ar Carlos Baptista Jr. Segundo uma fonte diplomática, eles permanecerão estocados no Parque de Lagoa Santa, em Minas Gerais, e uma decisão final só será tomada após o conflito da Ucrânia em comum acordo com o país exportador, dentro das regras internacionais que controlam o uso final de material militar.
A bem da verdade, boa parte dos militares que voaram os AH-2 no 2º/8º Grupo de Aviação (Esquadrão Poti, localizado em Porto Velho) gostaria de vê-los novamente em operação. Um ex-comandante da unidade afirma que o helicóptero é extremamente confiável, fácil de manter, barato para operar e perfeitamente adequado para missões contra o tráfico de drogas. Para trocar um motor, é necessário apenas dez minutos, uma grua e um pneu para servir de suporte para o conjunto no solo. O custo de hora-voo, segundo o oficial, estaria na casa de US$ 5 mil.
A multa rescisória é alta (cerca de 25% do valor) e pode atrair a atenção do Tribunal de Contas da União (TCU). O Esquadrão Poti, por enquanto, continua à espera de uma solução, mas muitos ainda sonham com a volta dos AH-2: feios, brutos e malvados. A verdade é que, até o fim do conflito, eles ficarão em Lagoa Santa e não serão repassados a nenhum interessado, russo, ucraniano ou qualquer outro pais. (Leia mais aqui)

